A Shell e a Cosan assinaram os contratos definitivos para a criação da joint venture para união das operações de combustíveis e de açúcar e etanol produzidos a partir de cana-de-açúcar. A expectativa é de que a formação da empresa resultante da parceria ocorra já no primeiro semestre do ano que vem, segundo fato relevante divulgado nesta quarta-feira.
"A formação da joint venture proposta deve ocorrer no primeiro semestre de 2011 e está sujeita às condições usuais de fechamento, incluindo a obtenção das aprovações governamentais necessárias e a ausência de alteração adversa relevante em cada parte, além de certas outras questões", informaram as empresas.
Agora, as duas companhias se concentram em conseguir as aprovações regulatórias necessárias para iniciar a integração, antes do lançamento da parceria.
Conforme previa o memorando de entendimentos assinado pelas companhias no começo do ano, a Cosan vai transferir à joint venture, entre outros ativos e passivos, todas as usinas de açúcar e etanol e o segmento de distribuição e varejo de combustíveis, além de uma dívida líquida no valor de cerca de US$ 2,524 bilhões.
O contrato assinado contempla ainda os projetos de cogeração de energia da Cosan, a transferência também de oito futuras plantas de cogeração e uma dívida adicional de R$ 500 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), contraída para investimentos.
A Cosan observou que estão fora do negócio os segmentos de produção e comercialização de lubrificantes, os serviços da Rumo Logística e as marcas de varejo Da Barra e União. Vai manter ainda "o direito de realizar seus próprios negócios de comercialização de açúcar em âmbito global".
Por parte da Shell, serão destinados à joint venture o segmento brasileiro de distribuição e varejo de combustíveis, a atividade de aviação no país e participações nas companhias de pesquisa Iogen e Codexis. A companhia também entrará com um aporte de capital no valor de US$ 1,6 bilhão. A marca Shell, no entanto, não será transferida à joint venture, apenas licenciada para uso nos negócios de distribuição de combustíveis.
A joint venture será formada por três empresas separadas. No segmento de açúcar e etanol, Cosan e Shell terão 50% de participação cada e a Cosan deterá 51% das ações com direito a voto. Na distribuidora de combustíveis, as empresas vão ter também 50% de participação cada, mas é a Shell que deterá 51% das ações com direito a voto. Por fim, no braço de administração, as duas companhias dividirão igualmente tanto a participação quanto o direito de voto.
Conforme anunciado anteriormente, Rubens Ometto será o presidente do Conselho de Administração da empresa resultante da associação, que terá seis membros; três nomeados pela Cosan e outros três pela Shell.